Você sabia que existe um relacionamento estreito entre qualidade de vida e mobilidade urbana? Fato é que as pessoas precisam se movimentar pelas cidades, principalmente para trabalhar, mas também, para realizar outras atividades. A forma como esses deslocamentos acontecem pode ter impactos diretos nos níveis de estresse e em outras condições dos indivíduos.
Neste artigo, você poderá entender melhor como a mobilidade influencia o bem-estar das pessoas em uma cidade, em razão de sua relevância cotidiana. Continue a leitura!
Qual a importância da mobilidade urbana?
As cidades modernas, mas no interior, são caracterizadas por uma crescente concentração de pessoas, tanto moradores quanto visitantes. Esses indivíduos têm acesso a uma quantidade limitada de serviços e recursos. A facilidade de acesso a eles pode ser explicada também pela mobilidade urbana.
Muitas vezes, pessoas deixam de frequentar programas culturais, de buscar certos serviços médicos ou, até mesmo, de trabalhar em determinadas regiões em virtude da pouca oferta de transporte público. Ou, quando há, pode ser que a qualidade não seja boa e o tempo gasto nos trajetos seja tão grande que inviabiliza sua utilização constantemente.
Esse é um aspecto crucial para se entender os fluxos diários das pessoas nas cidades e também para compreender os gargalos do trânsito e os interesses dos cidadãos. Por que alguém sai rotineiramente do ponto A visando a chegar ao ponto B? Quando conjuntos de dados são analisados, o que explica as tendências das movimentações em massa?
Na medida em que as cidades melhoram a mobilidade, seja investindo em melhorias no transporte público, seja adequando as vias para melhorar os fluxos, ou mesmo criando áreas livres de veículos para facilitar a movimentação de pedestres, a população só tem a ganhar. Novas oportunidades de negócios são geradas, e as pessoas não precisam mais se prender a opções próximas de suas residências.
A solução dos desafios da mobilidade exige ações ousadas e coordenadas dos setores público e privado. Avanços tecnológicos e comercialização, financiamento, políticas inteligentes e inovações nos modelos de negócios são necessários para obter melhorias de produtividade e, ao mesmo tempo, criar ambientes mais sustentáveis em nossas cidades.
Há uma perspectiva otimista de que isso ajudará o mundo a evitar um futuro de paralisação global. Já existe um movimento perceptível em direção a novos serviços multimodais que facilitam jornadas, combinando caminhadas, bicicletas, carros, ônibus e trens, além dos serviços de transporte compartilhado.
Como a mobilidade urbana afeta a qualidade de vida?
A partir do momento em que um município (ou mesmo um estado ou um país) adota uma política ostensiva de melhoria da mobilidade urbana, isso passa a influenciar diretamente a vida das pessoas.
O que você acha melhor: dirigir por várias horas, pegar engarrafamentos, estar sujeito a acidentes e ter que conviver com outras pessoas também estressadas ou embarcar confortavelmente em um trem ou ônibus que tem acesso a vias exclusivas e pode percorrer o trajeto com toda tranquilidade e de modo mais ágil?
Certamente, se as pessoas pudessem escolher, muitas delas deixariam os carros em casa. Quando existe uma opção de transporte rápido, seguro e a um preço justo, você tira os veículos de menor porte (e que, em grande parte, circulam apenas com o motorista) do circuito e privilegia as alternativas capazes de deslocar mais gente simultaneamente.
Essas ações afetam diretamente a vida dos cidadãos, pois eles passam a vivenciar menos congestionamentos e podem conviver em um ambiente menos poluído e estressante. Podem, ainda, passar mais tempo com suas famílias e focar aquilo que realmente gera valor. Dificilmente os períodos perdidos no trânsito podem ser aproveitados para outras coisas.
Porém, tudo isso depende de esforço político. Os investimentos necessários são, geralmente, de alto valor. Há de se ter muita articulação na liberação, além de prazos extensos para a conclusão das obras. Ou seja, não adianta ficar esperando que o Estado se responsabilize por tudo — cada um precisa fazer a sua parte.
Quais são os impactos da mobilidade urbana na vida dos colaboradores?
Para facilitar o seu entendimento, neste tópico, mostraremos por que as empresas devem se preocupar com a mobilidade urbana, já que os impactos na vida dos colaboradores são bastante significativos.
Cansaço e irritação dos profissionais
Perder tempo de vida enfrentando trânsito todos os dias é algo que pode estressar qualquer pessoa. No caso de um indivíduo que está se preparando para chegar no trabalho, esse aspecto pode ser bastante prejudicial, já que ele começará o dia com uma forte carga emocional, o que influencia diretamente seu comportamento e produtividade.
O trabalho de toda a equipe acaba sofrendo consequências devido à irritação e ao cansaço causados pelo trânsito. Aos poucos, a empresa começa a sentir esses impactos em seus resultados e isso pode afetar até mesmo a sua posição competitiva no mercado.
Diminuição da produtividade
Por mais esforçado que seu time de profissionais possa ser, qualquer pessoa que já chegue estressada e cansada no trabalho, devido ao fato de precisar sair de casa mais cedo para enfrentar um trânsito caótico, tende a produzir menos. A redução da produtividade é um dos impactos mais clássicos da falta de planejamento de mobilidade urbana.
Faltas, atrasos e afastamentos
O fato de um funcionário desmotivado e cansado, como foi mencionado, ser muito menos produtivo, também acaba causando outras consequências negativas. Entre elas, o aumento das faltas, atrasos e até mesmo afastamentos.
A dificuldade para se deslocar da casa até a empresa pode fazer com que os atrasos se tornem corriqueiros, ainda que o colaborador se esforce para sair horas mais cedo. Para que você tenha uma ideia, o nível de estresse pode ser tão alto que o profissional pode necessitar de um afastamento médico.
Infelizmente, esse cenário tem se tornado cada vez mais comum. Se as empresas não começarem a investir em mobilidade urbana, a tendência é que se torne uma realidade inevitável. Por isso, é preciso preservar a integridade dos funcionários.
Maior risco de acidentes de trabalho
A desmotivação e o cansaço dos colaboradores faz com que eles fiquem muito mais suscetíveis a cometer erros que, em situações comuns, não deixariam passar. Isso eleva bastante os riscos de acidentes de trabalho que, além de comprometer a imagem da organização, podem incapacitar o profissional e causar danos irreversíveis à sua vida.
Aumento dos custos de gestão
Além de cada um dos impactos citados, a falta de investimentos em mobilidade urbana afeta os cofres da empresa, já que é preciso fazer a gestão dos benefícios de vale-combustível, vale-transporte e vagas de estacionamento dos funcionários.
Rotas demoradas
De acordo com um recente levantamento feito pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) de São Paulo, a média na capital paulista é de 7,4 automóveis para cada dez cidadãos. Não é preciso ser especialista para saber que os efeitos disso são um trânsito denso, congestionado e muito estressante, em especial nos horários de pico.
Quando há alternativas de transporte que facilitam o fluxo, como um sistema de compartilhamento de caronas, ônibus fretado ou metrô, é possível melhorar um pouco a qualidade de vida de quem precisa se deslocar até o trabalho diariamente.
O que as empresas podem fazer em prol da melhoria da mobilidade?
As corporações são diretamente afetadas pela questão da mobilidade urbana. Quando seus colaboradores têm dificuldades de deslocamento e passam grandes períodos no trânsito, antes e depois de suas jornadas de trabalho, certamente, uma baixa na produtividade poderá ser observada.
Sendo assim, torna-se pertinente adotar algumas estratégias para melhorar a situação. A seguir, mostraremos algumas medidas que as empresas podem tomar para facilitar a vida dos trabalhadores em relação à mobilidade urbana.
Crie um mapa da mobilidade corporativa
A ideia, aqui, é identificar os principais pontos de fluxo de seus funcionários. Dependendo da quantidade de pessoas que vai e volta de uma mesma região, talvez seja interessante oferecer uma opção de ônibus fretado, em vez do transporte público convencional.
Estimule grupos de carona
A empresa também pode incentivar um uso mais racional dos veículos, criando uma cultura de compartilhamento. Isso pode evitar que cada colaborador se desloque em seu carro sozinho, algo que é extremamente prejudicial nesse cenário. Além da diminuição de poluição e da redução de espaços ocupados, essa prática estimula a interação entre colegas.
Faça a roteirização dos trajetos
Outra iniciativa que deve ser avaliada é a da roteirização dos trajetos. Às vezes, o colaborador pode não pegar os melhores modais para chegar ao trabalho por desconhecimento.
Nesses casos, é interessante que o profissional da área identifique quais seriam as melhores alternativas e ofereça os vales-transporte, de acordo com aquilo que é mais efetivo.
Tudo isso precisa ser observado, pois pode determinar, inclusive, a decisão de saída de um profissional. Se você quer reter os melhores talentos em seu negócio, é preciso dar a eles as melhores condições, de forma que, ao analisar uma proposta, esse item não seja um motivador para a mudança de empresa.
Considere a flexibilização do horário de trabalho
À medida que ocorrem mudanças na sociedade e novas necessidades surgem, tanto as empresas quanto os colaboradores passam a se adaptar às novas demandas. Dito isso, recentemente, a flexibilização do horário de trabalho passou a ser uma ideia interessante para evitar a aglomeração de funcionários na empresa.
Além disso, considerando que o horário de pico do trânsito é um dos aspectos que mais influenciam a qualidade de vida e a produtividade dos colaboradores, já que esse problema faz parte da rotina de milhares de trabalhadores em todo o país e, flexibilizar os horários de trabalho pode ser uma ótima forma de minimizar os efeitos do engarrafamento na vida dos funcionários.
Essa alternativa ajuda a reduzir o estresse causado pela perda de tempo nos trajetos entre a casa dos profissionais e a empresa. O fato é que essa é uma maneira de investir em mobilidade urbana e trazer benefícios coletivos e individuais. Algumas pequenas mudanças na rotina, por mais simples que pareçam, podem estimular o uso de meios de circulação alternativos pela cidade, contribuindo com a mobilidade sustentável.
Sugerir o modelo de trabalho home office
Por fim, o formato de trabalho remoto tem sido cada vez mais utilizado devido aos seus benefícios tanto para a empresa quanto para os colaboradores. Muitas das profissões atuais não precisam que os empregados estejam, necessariamente, na empresa. Basta ter um computador com acesso à internet e comprometimento com os objetivos da organização para realizar as suas funções com eficiência.
Além de evitar que os funcionários precisem passar horas no trânsito, contribuindo com a mobilidade urbana, o home office traz muito mais qualidade de vida aos colaboradores que se comprometem a entregar resultados, em vez de simplesmente trocarem seu tempo e presença por um salário.
A empresa, por sua vez, economiza com infraestrutura (disponibilização e manutenção de equipamentos e ferramentas de trabalho, contas de eletricidade, alimentação e transporte dos empregados, entre outras questões) e, ainda, usufrui de uma equipe de profissionais muito mais disposta e produtiva.
O fato é que o home office é uma ótima alternativa, mesmo fora de tempos de crise ou para driblar desafios da mobilidade urbana. Sem dúvida, com todas as mudanças que a sociedade está passando por causa da forte influência da tecnologia, o setor corporativo migrará para esse formato gradativamente nos próximos anos.
Existem diversas questões que podem ser modificadas para melhorar qualidade de vida e a mobilidade urbana. Como vimos, esses conceitos estão interligados e, pensando em termos corporativos, as empresas precisam dar cada vez mais atenção a eles.
Pode ser que o desempenho de seus colaboradores esteja abaixo do esperado não por questões diretamente relacionadas ao trabalho, mas sim, em virtude de aspectos pessoais, oriundos do estresse em seus deslocamentos.
As informações abordadas no artigo sobre qualidade de vida e mobilidade urbana foram úteis para você? Então, talvez você também se interesse por nosso conteúdo sobre inovação na mobilidade: entenda como a tecnologia pode transformar grandes cidades!