A pandemia pegou a todos de surpresa e se propagou em uma proporção que trouxe inseguranças em relação ao futuro da mobilidade urbana e como ela será impactada. Embora a situação pareça estar se normalizando aos poucos — no Brasil e no mundo —, para quem tem uma perspectiva mais ampla sobre a forma como acontecimentos desse porte mudam a sociedade (socioeconômica e politicamente), é notável que estamos diante de um “novo normal”.
Mudanças que, a princípio, pareciam ser temporárias, agora são permanentes, como novas formas de deslocamento com baixa emissão de gases poluentes e até mesmo o trabalho e o estudo remotos, que descartam a necessidade de utilização de meios de transporte (devido ao distanciamento social).
Se você tem interesse em saber de que forma a pandemia está impactando a mobilidade urbana e quais as transformações que tendem a permanecer, mesmo quando tudo se normalizar, continue a leitura do conteúdo!
A pandemia e os efeitos na sociedade
Não é preciso ser um especialista em Ciências Sociais para perceber que há um “elefante na sala” sobre o qual todos evitam falar, mas que certamente causará efeitos drásticos a médio e longo prazo: a economia. Com as portas fechadas por mais de um semestre, poucas são as empresas que não foram financeiramente prejudicadas por uma quarentena “interminável”.
Porém, ao mesmo tempo, empreendedores e profissionais autônomos passaram a se adaptar a essa nova realidade com a qual temos que lidar, e novas oportunidades se colocaram diante de todos.
Para empreendimentos que, antes, podiam ser considerados ultrapassados tecnologicamente, hoje processos de trabalho remoto e uso de ferramentas inovadoras não são mais apenas uma medida provisória, mas sim o novo formato de atuação do negócio.
O e-commerce teve sua visibilidade alavancada e conquistou um espaço pelo qual vem lutando progressivamente nas últimas décadas, assim como os aplicativos de entrega. Afinal, o consumidor 4.0 não se limita por barreiras geográficas, e é exatamente nesse contexto que entra a mobilidade urbana.
A pandemia e a mobilidade urbana
Após uma paralisação forçada devido às medidas de contenção da COVID-19, finalmente as cidades começam a se mover. De transporte partilhado às ciclovias, diversas medidas temporárias agora são parte de uma realidade ainda não explorada, mas que já tem mostrado que questões como sustentabilidade e mobilidade urbana são pautas determinantes para o futuro da sociedade como a conhecemos.
Depois de meses de rigorosas medidas de confinamento, estabelecimentos comerciais e escolas de todo o mundo estão começando a reabrir as portas com bastante cautela e, assim, as ruas estão se enchendo novamente.
Diante disso, existem organizações que encontraram oportunidades, em meio a uma pausa imposta pela pandemia, de lançar alternativas de mobilidade urbana positivas para o meio ambiente, com o objetivo de reduzir o índice de emissão de gases do efeito estufa e, é claro, melhorar a qualidade de vida de quem precisa se deslocar para o trabalho ou estudos mantendo a distância física.
A oportunidade de repensar o uso de espaços públicos
O fluxo das cidades mudou quase que do dia para a noite, quando a quarentena se tornou obrigatória. Desde que o desenvolvimento das regiões metropolitanas focou em priorizar os automóveis, esta foi a primeira vez que tivemos a chance de olhar para os espaços públicos vazios — e isso causou um efeito coletivo quase que inevitável: uma reflexão acerca dos usos e propósitos desses espaços.
Essas mudanças causaram efeitos drásticos, como a parada repentina de projetos de bairro, visto que o envolvimento das pessoas com localidades públicas se tornou bastante limitado. Porém, enquanto estabelecimentos, locais de trabalho e lojas de todos os tipos fecharam as portas, com os habitantes tendo que ficar em suas casas, as cidades tiveram a oportunidade de repensar o uso de seus elementos mais importantes: as ruas.
Medidas e transformações que vieram para ficar
No dia 4 de maio de 2020, Bruxelas, a capital da Bélgica, deu início à primeira medida para lidar com o pós-confinamento, expandindo sua principal ciclovia em torno de 40 quilômetros. As autoridades regionais fizeram um apelo aos cidadãos da cidade para que, evitassem o congestionamento do transporte público, dando preferência ao uso de bicicletas.
Barreiras de concreto e marcações semelhantes às de uma estrada foram instaladas para inspirar segurança, mostrar às pessoas a viabilidade desse tipo de via e incentivar a sociedade a adotar essas mudanças como uma nova realidade, visto que farão parte da infraestrutura ciclística de Bruxelas permanentemente.
Outras cidades estão aproveitando o momento em que a pandemia parece estar dando uma pequena trégua para experimentar alternativas de mobilidade a que jamais haviam dado uma chance antes.
Uma medida interessante que aconteceu em Londres foi a liberação do acesso gratuito temporário a bicicletas elétricas aos profissionais da área da saúde. A ação foi uma iniciativa das companhias de mobilidade partilhada e dos vendedores de bicicleta.
Já em Milão, uma das maiores metrópoles da Itália, as autoridades locais estudam a possibilidade de transformar mais de 35 quilômetros de ruas em espaços para pedestres e ciclistas, com até mesmo limites de velocidade mais baixos, calçadas mais largas e ciclovias temporárias.
Como foi dito, muitas dessas mudanças que foram improvisadas, pois seriam temporárias, já receberam investimentos para que se tornassem reformas permanentes. Após Berlim estender o tamanho de suas ciclovias, muitas outras cidades alemãs começaram a seguir o exemplo. Para que você tenha uma ideia, o governo até proibiu que motoristas estacionassem seus automóveis nesses espaços, mantendo uma distância de um 1,5 metro entre ciclistas e carros.
Em meio a todas as informações levantadas neste conteúdo, podemos concluir uma questão que foi positivamente impactada pelas transformações causadas na mobilidade urbana pela pandemia foi o meio ambiente. Precisamos olhar para o futuro e ver que o “novo normal” pode ser uma forma de o planeta Terra nos alertar a respeito da importância de repensarmos nosso comportamento de consumo atual.
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