Não há dúvidas de que o sistema das cidades tem trazido imensas vantagens de infraestrutura e urbanização para o país, mas ainda existem diversos problemas, como o transporte urbano. O conceito de mobilidade sustentável tem se destacado, sendo uma mudança fundamental para enfrentar essa situação.
Um dos principais desafios das grandes cidades é o trânsito caótico. Os congestionamentos causam poluição e grandes consequências para o meio ambiente. Por isso, o transporte urbano deve ser aprimorado para atender com eficiência às necessidades de mobilidade da população.
Um sistema de transporte mais funcional, menos poluente e eficaz, é essencial, e é essa a proposta da mobilidade sustentável. Neste artigo, falaremos da sua implementação e das principais barreiras de aderir à ideia. Confira, a seguir!
O que é?
Mobilidade sustentável é um conceito criado para contrapor o transporte tradicional, que envolve o uso contínuo de veículos automotivos — principalmente, carros de passeio, transportes coletivos e veículos não motorizados. Bicicleta, caminhadas, patinetes, caronas e veículos movidos a energia solar são exemplos de mobilidade sustentável.
Alguns modais de transporte para a população, como o metrô da capital de São Paulo e o VLT do Rio de Janeiro, são exemplos de mobilidade que se baseiam em fontes renováveis e consomem menos energia.
Incentivar o uso de bicicletas compartilhadas também é uma proposta interessante, já que o veículo não emite poluentes, favorece a saúde e requer apenas energia humana para funcionar. Todas essas questões vão ao encontro de um transporte menos poluente e estressante, mais econômico e ágil.
Quais são as vantagens?
Mais do que importante, a ideia já pode ser considerada uma solução inteligente e vantajosa frente ao trânsito caótico das cidades, à perda de tempo nas idas e vindas do trabalho, ao estresse de viagem e até à perda de horário de expediente.
Parece muito simples. É só entrar no carro, ligar o ar-condicionado, colocar o som preferido e sair da garagem, mas a verdade é que na primeira curva, você pode se deparar com uma série de obstáculos, como engarrafamentos, excesso de semáforos, acidentes, obras e outros aborrecimentos.
O resultado disso, muitas vezes, é chegar ao trabalho com fadiga, estresse, atraso e dores devido a uma viagem demorada. A mobilidade sustentável, portanto, oferece rotas e estradas muito mais eficientes, focadas na rapidez de deslocamento.
No que se refere aos gestores de negócios, encontramos a carona corporativa que, além de diminuir a emissão de poluentes, contribui para a redução de custos de transporte e uma maior qualidade de vida para os colaboradores.
Como funciona o sistema?
O sistema de mobilidade sustentável precisa integrar diferentes setores, como o ambiental, o de infraestrutura e o legal. As políticas de mobilidade, saneamento básico, planejamento e gestão urbana, por exemplo, devem adotar uma série de soluções para que a mobilidade sustentável seja, de fato, uma realidade nos grandes centros.
O funcionamento também envolve:
- incentivar o uso de energias limpas e renováveis;
- adotar políticas de carona corporativa;
- ter maior controle das emissões de gases poluentes;
- priorizar o uso de transportes coletivos;
- aumentar a capacidade de elevadores;
- construir teleféricos e escadas rolantes;
- elaborar calçadas mais amigáveis ao uso de cadeiras de rodas;
- adotar ações para reduzir a poluição sonora;
- ter planos de desenvolvimento urbano integrados.
O foco em melhorar o transporte também passa pela aplicação de novos tributos sobre modos e serviços de transporte, e uso de infraestrutura. Outras restrições em relação ao acesso a vias públicas, gases poluentes e circulação também colaboram para que o conceito de mobilidade sustentável se torne cada vez mais forte nas cidades.
Quais os desafios para a sua implementação?
A ideia é excelente, mas a adesão não é tão simples. É preciso enfrentar desafios e superar barreiras, desde financeiras até culturais. A mobilidade sustentável pode dominar o sistema de transporte em breve, desde que todos melhorem a aceitação e busquem fazer sua parte.
Veja quais são os principais problemas a serem superados, a seguir!
Mudança de infraestrutura
O planejamento urbano, em geral, é enraizado em construção de vias urbanas para locomoção automotiva. É preciso investir em ciclovias, calçadas mais acessíveis e facilidades para a mobilidade urbana.
Projetos mais robustos, como abertura de túneis para linhas de metrô, construção de trilhos para veículos, como o VLT, o teleférico e outros sistemas de transporte, exigem estudos de engenharia, tecnologia e investimentos para transformar essas obras em realidade.
Questões legais
Como sabemos, o governo enfrenta uma dificuldade burocrática normal em relação a novos projetos ou implementações. Novas obras exigem a edição de leis, licitações e outras questões para a adequada reformulação das vias urbanas.
Além de tudo, ainda parece bastante lucrativo fornecer licenças a grandes construtoras, que costumam basear seus meios de transporte em combustíveis poluentes e nocivos ao meio ambiente.
Pensamento político
O plano de reestruturar as vias para uma mudança mais profunda como essa pede que as autoridades compreendam melhor a noção de sustentabilidade e tenham mais abertura em seus planos políticos para esse tipo de implementação.
Ainda há uma série de conceitos e ideias do passado a serem superados para que a mobilidade sustentável realmente seja uma pauta prioritária para os governantes e cidadãos.
Barreira cultural
Diferentemente de uma população de determinado bairro que esteja ansiosa para receber uma estação de metrô, por exemplo, há outros bairros que se opõem a uma obra como essa. Assim, resistem mais fortemente a mudanças de infraestrutura — como alterações de pontos de ônibus, construção de ciclovias e outras reformas.
Muitas pessoas acreditam que obras como essas podem aumentar a criminalidade e gerar grande fluxo no local. Por isso, a barreira cultural precisa ser trabalhada a fundo e transformada para que a sociedade como um todo enxergue as vantagens de adotar alternativas à mobilidade que respeitem o meio ambiente.
Qual o futuro da mobilidade sustentável?
Os atuais problemas enfrentados nos grandes centros urbanos, como congestionamentos, problemas ambientais e alto custo com combustíveis, podem impulsionar a gestão a buscar por meios mais sustentáveis.
A ideia é que tanto os governantes quanto os empresários incentivem o uso de veículos elétricos, bicicletas e transporte coletivo, e invistam em outras medidas para conter os danos ao meio ambiente.
O aspecto econômico é um dos principais fatores de transição do modelo tradicional para essa infraestrutura mais sustentável. Outro quesito é o aumento da população como um todo nos grandes centros, que pode contribuir para o desenvolvimento de soluções mais econômicas e autossustentáveis.
Para os gestores de negócios, será possível economizar em custos de transporte e oferecer mais qualidade de vida para funcionários ao incentivar locomoções mais práticas e inteligentes — como as caronas corporativas —, além de soluções digitais mais modernas para a gestão de transporte de colaboradores.
Como as empresas podem se preparar para a mobilidade sustentável?
Um dos grandes desafios dos negócios é adequar seus processos para se alinhar ao conceito de mobilidade sustentável. No entanto, essa mudança pode se tornar um diferencial para a gestão do empreendimento.
A ideia é, justamente, investir no desenvolvimento de novas tecnologias que consigam reduzir o consumo de energia e a emissão de poluentes no meio ambiente. Apesar de o conceito ser bastante atrativo, é importante realizar a sua implementação com responsabilidade no cotidiano da empresa.
Ao adotar pequenas ações e processos, a companhia pode colaborar significativamente com a pegada sustentável. Dessa forma, vai acabar se surpreendendo com os ganhos financeiros que a atitude oferece.
A implementação de um plano de mobilidade corporativa, por exemplo, é uma alternativa interessante que permite aos gestores colocar o transporte sustentável como uma prioridade. É uma maneira de trazer melhorias para o clima organizacional e reduzir significativamente os custos com transporte.
Para se preparar da melhor forma para adotar a mobilidade sustentável, é preciso elencar prioridades e tomar ações estratégicas. Saiba mais, a seguir!
Criar um diagnóstico de mobilidade
Antes de tudo, é fundamental que a gestão do negócio crie um diagnóstico para conseguir elaborar um plano de mobilidade corporativa alinhado com as necessidades da empresa. Por exemplo, podem ser feitas pesquisas para entender como ocorre o deslocamento dos funcionários e o que os incentivaria a trocar o carro por meios de transporte mais sustentáveis.
As respostas obtidas nos formulários podem servir para entender quais são as atuais barreiras enfrentadas pelos funcionários nesse sentido. Também é interessante usar os dados para levantar os custos com transporte e, com isso, definir ações mais eficientes de conscientização.
A partir disso, a gestão pode criar alternativas e construir uma infraestrutura suficiente para atingir os objetivos da mobilidade corporativa. Talvez seja necessário criar lugares seguros para estacionar bicicletas, fornecer vestiários ou um setor específico para organizar mais opções de carona entre a equipe.
Utilizar sistemas remotos de monitoramento
Outra prática que pode ser tomada em prol da mobilidade sustentável é a gestão utilizar sistemas remotos de monitoramento. Com isso, não há a necessidade de deslocamento de colaboradores, além de que é possível reduzir custos em relação ao transporte e à remuneração por horas extras de trabalho.
Há tecnologias de ponta que automatizam os serviços e oferecem grande praticidade às empresas. Por exemplo, é possível ter informações básicas, como datas e horários de entrada e saída de veículos, possibilitando um melhor controle do limite de fluxo permitido nos estacionamentos.
Além disso, com a tecnologia, a gestão entende quais são os picos de movimento e pode implementar ações voltadas para a melhora do bem-estar do público. Essa é uma maneira, também, de evitar transtornos nos horários mais cheios e identificar falhas que podem estar causando filas e congestionamentos nos lugares próximos da companhia.
Realizar periodicamente a manutenção preventiva de veículos
Fazer a manutenção preventiva na frota de veículos é fundamental, já que reduz as possibilidades de os condutores se envolverem em acidentes por conta do desgaste dos componentes dos carros. Também é uma ação vantajosa, uma vez que a manutenção preventiva é muito mais econômica que a corretiva.
Sem contar que é uma maneira de garantir mais segurança aos colaboradores da empresa que lidam frequentemente com os veículos. A manutenção preventiva ainda assegura uma melhor qualidade do ar e pode ajudar o meio ambiente, pois carros pouco conservados, geralmente, poluem mais.
No mercado, ainda é possível encontrar alternativas, como veículos de alto custo em versões elétricas. O investimento, é claro, vai depender do tamanho da companhia e dos seus objetivos a longo prazo. De fato, os benefícios ao meio ambiente são interessantes e podem provocar impactos positivos na mobilidade corporativa como um todo.
Incentivar e contribuir no uso de transportes coletivos
Uma boa ideia também é incentivar os colaboradores a utilizarem meios de transporte coletivos e alternativos, como bicicleta e patinetes, e fomentar a cultura das caronas na companhia. Com isso, a gestão de benefícios também pode ser reformulada e é possível reduzir custos com vale-transporte e carros corporativos.
Uma grande vantagem, além da economia, é a redução de poluentes na atmosfera, já que será preciso menos veículos para o deslocamento dos funcionários. Os profissionais também podem ter mais qualidade de vida e se tornar mais produtivos ao ter menos estresse com o trânsito e congestionamentos.
Essa é uma estratégia totalmente direcionada à mobilidade sustentável, uma vez que as empresas estarão incentivando positivamente o time a adotar opções que possibilitam maior cuidado com o meio ambiente. A consciência pode ser estendida para a vida pessoal dos colaboradores, que podem escolher sempre por alternativas mais limpas no dia a dia.
Investir em tecnologia e automação de processos
A automação de processos, possível por meio de tecnologia e sistemas digitais, é uma maneira de melhorar o gerenciamento de dados e o acesso às informações. À medida que as demandas de trabalho aumentam, a estratégia se torna cada vez mais interessante, já que fornece competitividade e mais produtividade às companhias.
São inúmeros os procedimentos que podem ser automatizados, principalmente, os que envolvem a organização de documentos e arquivos, ou seja, que não exigem grande raciocínio lógico. Com isso, a gestão pode economizar com custos de pessoal e realocar colaboradores para áreas mais prioritárias.
Também é uma ação que dispensa o deslocamento de funcionários, uma vez que as atividades serão de responsabilidade dos sistemas inteligentes. A automação dos processos se relaciona com a melhora da mobilidade, justamente, nesse ponto, tornando o trabalho muito mais eficiente, ágil e com melhores desempenhos.
O conceito de mobilidade sustentável tende a facilitar a compreensão de gestores em relação às melhores práticas para a gestão de transporte de funcionários. É uma estratégia para criar uma vida urbana mais prática, viável e que promova bem-estar à população.
Ideia boa tem que ser compartilhada, concorda? Incentive também os seus colegas a aderir à mobilidade sustentável. Compartilhe este artigo nas suas redes sociais!